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segunda-feira, 30 de novembro de 2015

A SUPERBACTÉRIA - PERIGO À VISTA




Muito cuidado com a automedicação; muitos remédios criam super resistência aos antibióticos quando você de fato  necessitar deles. 
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Escrevi este artigo em 2008 e agora é importante que leiam para entender oque está acontecendo.
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Muitos homens nascem neste mundo para matar, outros para salvar vidas. 
             Com a descoberta da penicilina em 1928, Alexandre Fleming conseguiu salvar mais vidas do que todas as guerras conseguiram destruir.
             Alexandre Fleming nasceu em 6 de agosto de 1881, em Lochfield, Escócia.  Aos 13 anos se mudou para Londres, onde frequentou a escola politécnica. Durante muitos anos trabalhou com Office Boy até decidir tornar-se médico. Matriculou-se na Escola de Medicina de Sta Mary que mais tarde tornou-se parte da Universidade de Londres. Na faculdade teve excelente desempenho, recebendo inúmeras honras por seus estudos de fisiologia e medicina.   
             Após graduar-se tornou-se professor de bacteriologia da Universidade de Londres. Passava a maior parte do tempo no laboratório. Seu principal objetivo era identificar algumas substâncias  para combater bactérias sem enfraquecer os mecanismos de auto-defesa do corpo. Em 1921 descobriu que as lágrimas, o muco nasal e as claras de ovos continham uma substância semelhante que dissolvia algumas bactérias. Publicou vários artigos á respeito, mas não lhe deram importância.  
             Certo dia, em 1928, quando checava algumas culturas de bactérias estafilococos, em seu laboratório, uma delas chamou sua atenção: ela havia permanecido  descoberta acidentalmente por vários dias e tinha sido contaminada por um esporo de fungo. Quando já ia lavar o prato percebeu que ao redor do fungo, os estafilococos haviam desaparecido completamente. Aprofundou as pesquisas e batizou a nova substância extraída do fungo com o nome de  "penicilina". Estava descoberto o remédio milagroso. 
             O mundo estava em convulsão com a segunda gerra em andamento. A produção inicial da penicilina foi reservada exclusivamente para os militares em combate.  Somente em 1944 é que a penicilina foi disponibilizada para a população civil.   
             Em 1945, juntamente com Florey e Chain, compartilhou o Prêmio Nobel da Medicina. 
             O novo antibiótico passou a ser produzido  em grande escala. E foi exatamente neste momento que entrou em cena a ganância humana para complicar tudo.  
             O subproduto gerado na produção de penicilina passou a ser utilizado na ração de animais e descobriu-se que aqueles animais tratados com a nova ração cresciam mais rápido e não tinham infecções. Os gananciosos perceberam que ali estava uma nova "mina de ouro". O mundo todo passou a utilizar os novos métodos de alimentação animal. As consequências disso viriam muito mais tarde. 
             Os antibióticos fornecidos aos animais proporcionam grande ganho de peso, pois além de controlar abscessos do fígado e outras infecções, evitavam o crescimento de micro-organismos no sistema gastrointestinal, reduzindo a competição por nutrientes, entre eles os próprios micro-organismos e os hospedeiros. 
             A utilização de antibióticos como promotores de crescimento em animais de consumo humano levou ao aparecimento de linhagens resistentes a antibióticos na flora intestinal, que também contém bactérias como Salmonela. Por meio das fezes ou pelo consumo de produtos de origem animal -(carne, leite, ovos)-, uma das bactérias dissemina-se e coloniza o trato gastrointestinal de seres humanos. 
               As estruturas de alguns promotores de crescimento, como avoparcina, virginiamicina e avilamicina, são semelhantes às estruturas de antibióticos de última geração desenvolvidas para uso humano: vancomicina, pristinamicina e ziracina, respectivamente. Bactérias resistentes a esses antibióticos foram encontradas no trato gastrointestinal de aves e suínos. 
               O uso da avoparcina como promotor de crescimento foi banido na Comunidade Européia porque sua utilização como aditivo foi associada ao aparecimento de Enterococci   resistente à vancomicina em animais domésticos. 
                O uso de antibióticos como promotores de crescimento animal começou já nos anos 40 e teve seu auge na década seguinte, prolongando-se aos anos 70, 80 e ainda hoje são utilizados. A Organização Mundial da Saúde considera seu uso um risco crescente para a saúde humana. 
                No Brasil, o uso de clortetraciclina, penicilina e sulfonaídas sistêmicas para alimentação animal foi proibida pela portaria 193 de 12/05/1998. A avoparcina está proibida por tempo indeterminado, pela portaria 818-SVS/MS, de 16/10/1998. 
                Como se não bastassem o consumo de alimentos com alto índice de antibióticos, os seres humanos passaram a utilizá-los como seus preferidos remédios de automedicação. Ao utilizar antibióticos indiscriminadamente, os seres humanos passaram a matar as bactérias menos resistentes de seu organismo, deixando as mais resistentes e permitindo assim que estas se reproduzissem criando colônias de superbactérias. Quanto uados em dose ou tempo menores do que o necessário, elas matam ou inibem o crescimento de uma parte das bactérias presentes, permitindo que as mais resistentes se multipliquem. Já nos anos 40, Alexandre Fleming alertava para este perigo. 
                Hoje as superbactérias viajam pelo mundo todo nas mais diversas embarcações. Em questão de horas elas atravessam os oceanos. 
                 Neste momento uma SUPERBACTÉRIA DE TUBERCULOSE  está circulando e matando milhares de pessoas ao redor do mundo. O problema está muito mais grave nas prisões, principalmente da Rússia. A tuberculose é transmitida facilmente por via aérea, principalmente em ambientes fechados; daí a sua grande periculosidade. A mídia, monopolizado pelas empresas e  economia financeira, não está divulgando convenientemente este fato. 
                 No Brasil as primeiras superbactérias foram detectadas em 1996. Elas aparecem, principalmente, nas Unidades de Tratamento Intensivo - UTI. Neste locais os pacientes estão enfraquecidos, com baixa defesa no organismo, e assim facilitam a sua proliferação. 
                 As granes indústrias de medicamentos não estão trabalhando como deveriam em pesquisas para combater as novas superbactérias que proliferam sem parar. Eles preferem investir em medicamentos que prolongam a vida de pessoas mais velhas que são sua principal fonte de lucros. É muito bom que haja pesquisa para prolongar a longevidade, mas é preciso voltar as atenções também para este problema que já dá sinal de alerta em todo o mundo. 
                 Qualquer medicamento criado hoje ter´de cumprir um longo caminho até ser liberado pelo sistema  de saúde para consumo humano e isto não é interessante para quem quer lucro rápido. 
                  Pouco adiantará, entretanto, a descoberta de novas drogas se elas continuarem a ser usadas irresponsavelmente  como foram os outros antibióticos. 
                Para a indústria farmacêutica o que interessa é o lucro e para elas é muito bom que os seres humanos continuem se automedicando. O dinheiro que gastariam numa consulta com um bom médico vai automaticamente para os impostos do governo e para a caixa dos laboratórios industriais. Isto é tudo o que interessa. 
                No Brasil, as pessoas estão tão acostumadas com a automedicação que em muitos bairros e cidades  existe mais farmácias e drogarias do que supermercados ou mercadinhos. Não adianta lei e nem campanhas se não houver educação. A educação é o caminho que levará à verdadeira conscientização.  Este artigo, por exemplo, poucas pessoas terão acesso e muitas nem terão interesse até que o problema bata à sua porta. O resultado aparecerá nas filas de hospitais e postos de saúde. 
                Não tenho a menor dúvida de que estamos muito próximos de voltar à época dos anos em que as epidemias  e pestes devastavam populações. 
                A sífilis, por exemplo, teria sido tão devastadora naquela época quando a AIDS é hoje na África se não houvesse a penicilina. 
               Novas superbactérias surgirão e com elas doenças incuráveis que deixarão a humanidade em pânico e indefesa. Pense nisto e não se automedique mais. 
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Nicéas Romeo Zanchett 
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